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Acreditação atesta qualidade em estabelecimentos de saúde

Nos últimos anos temos ouvido falar sobre Acreditação. O termo refere-se à certificação formal concedida por um organismo independente especializado em normas técnicas a um estabelecimento de saúde que se enquadre nas boas práticas de atendimento e de serviços prestados.

"Não estamos falando de formação, mas sim de estabelecimentos de saúde que se dispõem a implantar um sistema da qualidade e que se preparam, voluntariamente, para receber, por meio de uma instituição, o selo de Acreditação que atesta a qualidade do serviço", explica a biomédica Maria Ivone Paiva Rodrigues Teixeira, que atua como consultora para implantação do Sistema de Qualidade (PALC, DICQ, RDC 302), desde 2001. A profissional é vencedora do prêmio PME Brasil, etapa Nacional - Categoria: Serviços Saúde e Responsabilidade Social.

Ivone conta que as Acreditações tiveram início com os laboratórios de análises clínicas, citopatologia e hospitais. Hoje, outros segmentos da saúde estão sendo auditados. Isto se deu a partir do momento em que os órgãos acreditadores entenderam a necessidade do mercado e implantaram normas próprias para cada seguimento.

"Existem no Brasil instituições que são certificadas, acreditadas e habilitadas com programas direcionados aos laboratórios de análises clinicas", adianta. Ela cita, por exemplo, o DICQ (Sistema Nacional de Acreditação), que é um programa da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas; o PALC (Programa de Acreditação para Laboratórios Clínicos), da Sociedade Brasileira Para o Progresso da Ciência (SBPC), ONA (Organização Nacional de Acreditação) vinculado ao Governo. Há, ainda, outros que são internacionais como o CAP (Colégio Americano de Patologia).

Cada programa tem sua norma, a qual possui requisitos próprios que atendem as legislações municipais, estaduais e federais. O estabelecimento, então, trabalha com a finalidade de atender os requisitos especificados desta norma. "É necessário que todas as equipes e os setores participem. Importante também que se eleja um gerente ou supervisor da qualidade que comandará os grupos de trabalho. Nesse momento, temos visto o profissional biomédico se destacando como supervisor e implantador do sistema da qualidade", destaca Maria Ivone.

O processo, conforme a biomédica e consultora, acontece da seguinte forma:

  • Laboratório entende a cultura da qualidade
  • Escolhe o programa ou norma em que deseja ser auditado
  • Se prepara, implantando o sistema da qualidade
  • Uma vez pronto, inscreve-se no programa escolhido
  • Seguindo uma agenda do provedor, passa por uma auditoria externa da qualidade realizada por auditores treinados, capacitados e com experiência
  • Após auditoria, o laboratório que atendeu aos requisitos da norma recebe o certificado de laboratório acreditado.

Importância
A Acreditação em saúde é muito importante. "Primeiramente, estamos falando em implantação de um sistema de qualidade, isto significa dizer que estamos dando valor a todos os aspectos, desde a entrada do paciente no laboratório até a entrega do serviço, que é o repasse do resultado do exame ao cliente. Este valor parte de uma missão e visão de se fazer o melhor, pensando no cliente de forma humana", garante.

A consciência de um sistema de Acreditação bem sucedido deve ser um ponto importante de apoio para uma empresa estabelecer a sua competitividade. O selo garantirá ao laboratório um espaço na mídia, bem como mercado que lhe confere crescimento e aumento de faturamento. "Todos nós queremos fazer nossos exames em laboratório que garanta qualidade", reforça.

A especialista chama a atenção ainda para as diferenças entre os estabelecimentos de saúde acreditado daqueles não acreditados. Segundo ela, são diferenças significativas e perceptíveis por qualquer pessoa. Ela cita o tratamento do cliente, a apresentação da empresa, a postura dos colaboradores e o cuidado que se tem com todas as etapas pré-analítica, analítica e pós-analítica.

Os estabelecimentos de saúde instalados nas cidades do interior são uma preocupação a parte. "A grande maioria está deficitária de informações e continua com práticas antigas de serviços. A falta de fiscalização por parte da vigilância sanitária contribui muito para que diversos serviços permaneçam com práticas ruins e sem qualidade", alerta. Dessa forma a consciência de qualidade não e mais algo que e feito pelas grandes corporações todas as instituições de saúde se mobilizam para entender esses novos conceitos e exigências da população.

Os serviços de saúde precisam adotar iniciativas voltadas para o processo de Acreditação, as quais impõem novas exigências no que se refere às mudanças comportamentais e mobilização dos profissionais de saúde visando alcançar os mais elevados padrões assistenciais de serviços prestados. (Imprensa CRBM-3)