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Biomédica destaca a importância do Teste do Pezinho
Publicado em 28/06/2018 - Última modificação em 14/08/2019 às 12h52
(Foto: Pixabay - imagem gratuita)
A coleta de sangue para o teste do pezinho deve ser realizada, preferencialmente, entre o terceiro e o quinto dia de vida do bebê, pois se trata de um programa de prevenção de agravos. "Quanto mais precoce for diagnosticada a doença melhor será o prognóstico", explica a biomédica Flaviane Marcília Pedatella Jaime, coordenadora do laboratório da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, em Anápolis (GO).
O teste visa detectar precocemente o risco do recém-nascido de desenvolver algumas doenças genéticas, metabólicas ou infecciosas, que se não forem tratadas a tempo podem causar lesões irreversíveis e óbito. O Dia Nacional do Teste do Pezinho é celebrado no dia 6 de junho, mas durante todo o mês são realizadas ações de conscientização sobre a importância do teste.
O biomédico é um dos profissionais habilitados para o procedimento. A quantidade de sangue coletada - uma gota que flua normalmente após a punção - é suficiente para atravessar o papel filtro de maneira uniforme, sendo necessárias quatro gotas no processo para o preenchimento dos círculos delimitados no cartão de coleta. Trata-se de uma técnica pouco invasiva, além de fácil e rápida execução.
"No recém-nascido a região do calcanhar é uma área muito vascularizada e apresenta a pele fina e ideal para a punção", acrescenta Flaviane Marcília. Há um leve desconforto no momento da punção calcânea. No entanto, segundo a biomédica, não são necessários outros procedimentos além do curativo utilizado após a punção, uma vez que são rompidos apenas vasos periféricos com a utilização da lanceta, um dispositivo específico para coleta de quantidades menores de sangue.
Conforme Flaviane, existem protocolos específicos para recém-nascidos em situações especiais como prematuros, transfundidos e com dieta zero. A Apae Anápolis conta ainda com a atuação de outros dois biomédicos, Eliane Pereira dos Santos, assessora em saúde da instituição, e Jaime Custódio da Silva Filho, gerente da qualidade do laboratório.
Gratuito
Na rede pública, o teste do pezinho é gratuito e realizado em qualquer posto de saúde. Pelo SUS inclui a detecção de seis tipos de doenças: Hipotireoidismo Congênito, Fenilcetonúria, Doenças Falciformes e outras Hemoglobinopatias, Hiperplasia Adrenal Congênita, Fibrose Cística e Deficiência de Biotinidase.
Já na rede particular, onde o exame é pago, há o teste do pezinho Super, Ultra e Hiper que além das doenças citadas anteriormente ampliam o diagnóstico para outros tipos como Galactosemia, Toxoplasmose congênita, Glicose 6 fosfatos desidrogenase, Sífilis congênita, Doença de Chagas, Rubéola congênita, Citomegalovírus Congênito e outras.
"Devido à vasta experiência na área de todos os profissionais que fazem parte da equipe, a Apae Anápolis oferece também diversas versões do teste do pezinho não financiadas pelo SUS. Estes exames podem ser feitos através dos planos de saúde, porém perfis mais amplos que incluem o diagnóstico de até 38 patologias diferentes só são feitos de forma particular", adianta a biomédica Flaviane Marcília Pedatella Jaime (foto).
APAE
O Laboratório da Apae em Anápolis surgiu em 1994 a partir de um convênio firmado com o Ministério da Saúde, com a responsabilidade de realizar com qualidade e segurança o Teste do Pezinho em todos os recém-nascidos de Goiás. Era então o primeiro laboratório do gênero aberto ao público da região Centro-Oeste e um dos poucos dessa atividade no Brasil.
Em 2001, a APAE Anápolis foi habilitada pelo Ministério da Saúde como Serviço de Referência em Triagem Neonatal de Goiás (SRTN-GO), tem 1.245 postos de coletas distribuídos nos 246 municípios goianos e equipe multidisciplinar para atender as seis doenças do escopo do Programa Nacional de Triagem Neonatal.
Como a Triagem Neonatal Biológica é um programa preventivo, a recomendação do Ministério da Saúde é que se cumpram todas as etapas do programa que vai desde a realização dos exames em papel filtro, confirmação diagnóstica através de exames específicos, tratamento e acompanhamento pelo Serviço de Referência em Triagem Neonatal (SRTN). "Nos casos onde o exame é realizado na rede privada o pediatra deve se seguir o mesmo protocolo", destaca.
Os fundamentos do programa é fazer o rastreamento das seis doenças, realizar busca ativa, confirmação diagnóstica, oferecer o tratamento com especialistas e realizar a dispensação dos medicamentos de alto custo para os pacientes.
Importante lembrar que o Teste do Pezinho é uma triagem inicial e a família deve estar comprometida com a questão. A partir do resultado deve-se buscar a ajuda do pediatra para a correta interpretação do resultado do exame e o tratamento para a doença que a análise clínica sugestionar. Quanto mais cedo for iniciado o tratamento mais fácil prevenir e tratar qualquer problema de saúde.
Ministério da Saúde
Desde a década de 1960, quando foi comprovada a eficiência do exame, a Organização Mundial da Saúde (OMS) orientou os países que adotassem a triagem neonatal nos programas de assistência à população. O Brasil foi o primeiro país da América Latina a ofertar o Teste do Pezinho, em 1976, a partir de um projeto implantada na Apae, de São Paulo, para diagnosticar a fenilcetonúria.
No início de 2001 o Ministério da Saúde decidiu regulamentar as ações de Saúde Pública em Triagem Neonatal e constituiu um Comitê para criação e implementação de um Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), que estabeleceu as linhas mestras da Triagem Neonatal no país. A responsável pela implantação PNTN, executado de forma articulada pelo Ministério da Saúde e pelas secretarias de saúde dos estados e do DF, foi a biomédica Tânia Marini de Carvalho.
Tânia também é a fundadora da Sociedade Latino-Americana de Erros Inatos do Metabolismo e Pesquisa Neonatal (SBTEIM). A Sociedade tem como objetivo principal reunir profissionais envolvidos com estudos e pesquisa relacionados à Triagem Neonatal no Brasil. Visa ainda estimular e divulgar os processos diagnósticos e terapêuticos de doenças genéticas, metabólicas, endócrinas e infecciosas, que possam prejudicar o desenvolvimento somático, neurológico ou psíquico do recém nascido.
(Imprensa CRBM-3 com Ascom Ministério da Saúde)