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A importância do banco de sangue
Publicado em 25/04/2018 - Última modificação em 14/08/2019 às 13h09
Todos os hospitais, sejam públicos ou privados, precisam do suporte dos bancos de sangue. Os Hemocentros têm papel fundamental no atendimento a pacientes da rede SUS, vítimas de traumas, leucemia, queimaduras, anemia profunda e hemofilia. O Hemocentro Coordenador Estadual de Goiás Dr Nion Albernaz atende toda a rede pública de saúde do Estado e, exclusivamente, os hemofílicos. Atualmente, 830 hemofílicos são atendidos pelo Hemocentro, em Goiás. São pessoas que, cotidianamente, necessitam da transfusão de sangue, procedimento totalmente custeado pelo SUS.
A diretora e primeira secretária do Conselho Regional de Biomedicina da 3ª região (CRBM-3), Ana Paula de Araújo Santos, que também responde pelo setor de Sorologia do Hemocentro de Goiás, destaca a importância do papel do biomédico na estrutura de hemoterapia e atendimentos às coagulopatias desses estabelecimentos.
“O biomédico pode atuar em todos os setores de um banco de sangue: na direção geral, na coleta, nas triagens clínica e hematológica, no laboratório (sorologia, imuno-hematologia, hematologia e coagulação), no processamento do sangue e ainda no setor de transfusões”, enumera. Nesse último, o biomédico responde pelos exames pré-transfusionais.
Nas amostras dos doadores de sangue são realizados dez exames: para HIV; Hepatite B (HBSAG e Anti-HBc) e Hepatite C; pesquisa de Chagas,Sífilis, HTLV e também o teste NAT para HIV, Hepatite B e Hepatite C. O teste NAT (Teste do Ácido Nucléico) detecta a partícula viral e isso diminui a janela imunológica, ou seja, o período entre a infecção do paciente e o momento em que os reagentes conseguem detectar a presença do vírus ou dos anticorpos produzidos por nosso organismo. Também são feitos a fenotipagem sanguínea (o sistema A-B-O e o RH), Pesquisa de Anticorpos Irregulares e Pesquisa de Hemoglobina Anômala
Rigor
Os bancos de sangue são fiscalizados pelas agências de Vigilância Sanitária em âmbitos municipal, estadual e federal. Os procedimentos são mais rígidos e a legislação diferente de um laboratório comum. São usados ainda reagentes de terceira e de quarta geração cuja sensibilidade deverá ser de 100% e especificidade superior a 99%, conforme exigência da portaria 158/2016, do Ministério da Saúde. “Isso torna o banco de sangue e todos os processos envolvidos mais seguro para o receptor e mais confiável para o doador”, afirma a biomédica Ana Paula de Araújo Santos.
O Hemocentro do estado de Goiás utiliza tecnologia de ponta semelhante aos outros Hemocentros de referência no País, como o Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina (HEMOSC) e o Hemocentro do Estado da Bahia (HEMOBA), Hemocentro do Estado de Pernambuco (HEMOPE).
O risco de se adquirir alguma doença por meio da transfusão de sangue é mínimo, mas existe. Nesse contexto também, a participação de biomédico se faz importante, pois o profissional atua como uma espécie de ‘investigador’ durante a triagem clínica que é feita baseada na legislação e poderá rejeitar o candidato adoação se houver discordância entre as respostas e o que preconiza a portaria 158/2016. “Infelizmente, alguns doares ainda comparecem aos bancos de sangue para doar sangue não por um ato voluntário, mas porque não querem gastar com exames”, lamenta Ana Paula.
Campanhas na mídia ainda são poucas e geralmente pontuais, restrita a períodos de férias, feriados prolongados ou datas específicas. O estímulo à doação regular de sangue precisa ser constante e com esclarecimentos sobre a importância dessa parceria, a segurança que envolve o processo de doar e ainda os benefícios para a saúde de quem recebe.
Doação de órgãos
Outro papel importantíssimo dos Hemocentros se refere à doação de órgãos. O Hemocentro de Goiás realiza também os exames solicitados pela Central de Transplantes do Estado de Goiás para possíveis doadores de órgãos, além dos exames citados anteriormente, comuns às doações de sangue, são feitas análises no sangue do doador de órgãos para pesquisa da presença de citamegalovírus, Epstein barr, Toxoplasmose e Anti-HBS. Quando existe um doador de órgãos é preciso definir a compatibilidade rapidamente porque o tempo é questão de sobrevivência para os pacientes que aguardam a doação desses órgãos.
(Imprensa CRBM-3)